LIÇÃO 07 – INTEGRIDADE EM TEMPOS DE CRISE
TEXTO ÁUREO
"Então, os príncipes e os presidentes procuravam achar ocasião contra Daniel a respeito do reino; mas não podiam achar ocasião ou culpa alguma; porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum vício nem culpa" (Dn 6.4).
VERDADE PRÁTICA
A integridade deve ser a nossa marca, compreendendo igualmente coração, mente e vontade.
INTRODUÇÃO
O capítulo seis do livro de Daniel, objeto de estudo desta lição, destaca o valor da integridade moral e espiritual de Daniel e seus amigos durante o reinado de Dario. Daniel agora era um homem idoso, todavia, sua fé em Deus e sua fidelidade permaneceram inabaláveis, mesmo diante das falsas acusações e da condenação que fizeram com que ele enfrentasse a cova dos leões.
I - DANIEL, UM HOMEM ÍNTEGRO EM UM MEIO POLÍTICO CORRUPTO (Dn 6.1-6)
Mais de sessenta anos já haviam se passado desde que Daniel e seus companheiros foram levados para o palácio babilônio. Apesar disso, eles permaneceram íntegros, e mantiveram a fé inabalável no Deus vivo, mesmo vivendo em meio à idolatria e corrupção. Eles não se corromperam com as ofertas palacianas.
1. Dario reorganiza o governo e delega autoridade administrativa (Dn 6.1-3). Pareceu bem ao rei nomear 120 príncipes para presidirem sobre todo o reino. Dentre estes, três seriam os principais. Os outros teriam que prestar contas a esses. Daniel estava entre os três e, dentre eles, logo se destacou e chamou a atenção do rei Dario, pois tinha "um espírito excelente" (v.3). Assim, não demorou muito para que o rei, devido à aptidão de Daniel, o constituísse sobre todo o reino (v.3). Tal decisão despertou ciúme e inveja nos outros líderes, os quais logo se tornaram inimigos de Daniel (vv.4,5).
2. Daniel se torna alvo de uma conspiração (Dn 6.4,5). A inveja e o ciúme fizeram com que homens malignos, sedentos de poder, tentassem derrubar Daniel. O problema era que por mais que os inimigos de Daniel procurassem um motivo, político ou moral, para acusá-lo, nada encontravam que pudesse manchar sua reputação. A integridade e a lealdade de Daniel eram tão imbatíveis que seus inimigos resolveram armar uma situação ardilosa contra ele, utilizando a própria fidelidade de Daniel a Deus (v.5).
3. O perigo das confabulações políticas. A intenção do rei, de promover Daniel ao posto de maior destaque no governo, suscitou raiva nos outros príncipes, pois um estrangeiro teria poder sobre eles. Os príncipes se utilizaram da vaidade e do ego do próprio monarca para estabelecer uma trama que prejudicasse Daniel. Invejosos se uniram e foram até o rei e propuseram que fosse feito um edito real determinando que, durante o período de trinta dias, ninguém fizesse oração a outro deus, ou homem, que não fosse ao rei Dario. Tal edito agradou o vaidoso monarca que desejava ser adorado como um deus (vv.6-9). Daniel não fora consultado sobre tal decreto, mas certamente sabia que o objetivo era atingir a sua vida devocional e prejudicar sua comunhão com Deus.
Depois que o rei aprovou o edito, os inimigos de Daniel ficaram na espreita, esperando o momento em que ele estaria orando ao Senhor. Daniel seria apanhado em flagrante. Entretanto, Daniel não ficou abalado ou preocupado com tal edito (v.10). Ele não permitiria que nada viesse atrapalhar sua comunhão com Deus e suas orações.
II - DANIEL, UM HOMEM ÍNTEGRO QUE NÃO TRANSIGIU COM SUA FÉ EM DEUS (Dn 6.10-16)
1. Nenhuma trama política mudaria em Daniel o seu hábito devocional de oração (Dn 6.10). A palavra integridade pode ser definida como "solidez, ou estado de ser inteiro, isto é, completo". Ainda muito jovem Daniel entendera que sua vida dependia de sua relação com Deus. A oração era a maneira de ele ser orientado em suas decisões pessoais e políticas. Da mesma forma, Deus nos orienta e revela a sua vontade por intermédio das nossas orações.
2. A momentânea vitória dos conspiradores. Daniel soube do edito real, mas não abriria mão da sua fé, mesmo que tal resistência lhe custasse a vida (v.10). Cientes da integridade de Daniel, os inimigos apenas esperaram o horário costumeiro para fazer o flagrante do "infrator" (v.11). De posse das provas, foram ao rei e reivindicaram que a lei dos medos e dos persas fosse cumprida (vv.12,13). Só então Dario percebeu que havia sido usado para que os inimigos de Daniel conseguissem o seu intento (vv.13-15)
3. Preservando a integridade (Dn 6.18-22). Daniel nos deixou o exemplo de que é possível permanecer íntegro mesmo vivendo em meio a corrupção. Os servos de Deus são chamados para que sejam luz em meio às trevas. Uma pessoa íntegra não é dividida, não age com duplicidade, não finge, não faz de conta e, mesmo diante do perigo, não nega a sua fé. Daniel nunca escondeu sua fé e o fato de que orava a Deus, pois segundo o texto bíblico, ele orava em seu quarto com as janelas abertas (v.10). As pessoas íntegras não escondem nada de ninguém. Suas vidas são transparentes.
III - DANIEL NA COVA DOS LEÕES (Dn 6.16-24)
1. Daniel preferiu morrer a se dobrar diante de um edito maligno (Dn 6.16,17). Daniel não discutiu nem questionou com o rei o seu edito. Quando soube da lei real, foi para o seu quarto e, como de costume, orou a Deus (v.10). Na verdade, Daniel tinha certeza de que Deus poderia livrá-lo se assim o quisesse. A grande lição é que sua integridade não o livrou da maldade e da inveja dos seus inimigos, pois foi denunciado, preso e lançado na cova dos leões (vv.16,17).
2. Daniel foi protegido da morte pelo anjo de Deus (Dn 6.22,23). A firmeza de Daniel estava acima de qualquer trama diabólica. Com essa confiança, resignadamente aceitou a sua arbitrária condenação (vv.16,17). Porém, na cova, Daniel constatou o livramento do Senhor, que enviou o seu anjo e fechou a boca dos leões, os quais não puderam devorá-lo (v.22).
O rei Dario ficou temeroso e triste ao ver que não poderia livrar seu fiel súdito daquela situação (v.14). Porém, no seu íntimo, o rei sabia que o Deus de Daniel poderia operar um milagre. Por isso, foi à cova para constatar o livramento (vv.18-20). Ali, o monarca foi surpreendido pelos feitos do Todo-Poderoso. Daniel foi retirado da cova sem nenhum ferimento (vv.22,23). Então, o rei ordenou que todos aqueles que haviam tramado contra Daniel fossem lançados na cova (v.24). Os inimigos experimentaram o castigo que eles mesmos haviam preparado.
3. Deus mais uma vez foi glorificado através da vida de Daniel (Dn 6.22,23,25-28). Daniel não saiu da cova esbravejando e amaldiçoando os conspiradores. Ao contrário, ele reafirmou sua inocência e disse que Deus havia enviado o seu anjo para livrá-lo (v.22). Mediante a fidelidade de Daniel, o rei Dario aprendeu uma importante lição e, por isso, decidiu honrar o Deus de Daniel com um edito. Este decretava que todos os habitantes do império babilônico temessem ao Deus de Daniel "porque ele é o Deus vivo e para sempre permanente, e o seu reino não se pode destruir; o seu domínio é até ao fim. Ele livra, e salva, e opera sinais e maravilhas no céu e na terra; ele livrou Daniel do poder dos leões" (vv.26,27). Portanto, não há e nem houve um Deus como o da Igreja.
CONCLUSÃO
Daniel foi próspero e abençoado durante todo o reinado de Dario e no reinado de Ciro, o persa (v.28). Deus honrou a fé do seu servo. Ele também vai honrar a sua fé e o livrará de todo o mal. Confie! Atualmente, os inimigos dos servos de Deus também procuram, mediante articulações ardilosas, caluniar e mentir contra aqueles que servem ao Senhor fielmente e se destacam no cenário político e eclesiástico. Estes lançam calúnias a fim de denegrir a integridade daqueles que legislam e realizam seu trabalho com excelência. Muitas vezes os íntegros também padecem diante de leis injustas. A fé do profeta fez com que ele mantivesse sua comunhão com Deus mesmo em tempo de crise. A fé em Deus nos dá paz e convicção interior para enfrentar as situações adversas da vida. Como crentes, estaríamos dispostos a sacrificar nossa vida e até morrer pelo nome de Jesus? O Mestre declarou que no final dos tempos os verdadeiros discípulos seriam odiados, atormentados e levados à morte. Temos pessoas como Daniel? Oremos a Deus para que sejamos como este profeta.